Trabalho formal encolhe, e desemprego sobe a 7,6%

Trabalho formal encolhe, e desemprego sobe a 7,6%
setembro 28 08:50 2015 Imprimir

Há 1,85 milhão de desempregados nas 6 principais metrópoles, segundo o IBGE.

Em um ano, 445 mil vagas com carteira assinada se fecharam, pior resultado da série, iniciada em 2002.

Uma das principais conquistas do mercado de trabalho nos últimos anos, o emprego formal, com carteira assinada, está em rápido processo de deterioração.

Em um ano, 445 mil pessoas perderam o status de trabalhadores formais nas seis principais metrópoles do país, o pior resultado da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002.

O total de trabalhadores com carteira assinada caiu assim 3,8% em agosto ante ao mesmo mês do ano passado, divulgou o instituto nesta quinta-feira (24).

Em agosto, a porcentagem de trabalhadores com carteira assinada repetiu a de julho: 49,7%. Desde julho de 2013, a formalidade vinha se sustentando sempre acima de 50% dos empregos.

Com a inversão de tendência, são agora 11,3 milhões de trabalhadores protegidos pelas leis trabalhistas nas seis regiões metropolitanas –Salvador, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. É o menor contingente desde julho de 2012 (11,2 milhões).

O processo é movido por demissões em setores mais formalizados, como a indústria e a construção, diz Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

Com um mercado de trabalho tão restrito, mais pessoas têm se virado em trabalhos por conta própria –pequenos negócios sem funcionários, como camelôs e variados serviços autônomos.

O contingente de trabalhadores por conta própria cresceu em 98 mil pessoas em agosto, alta de 2,2% em relação a igual período de 2014.

É uma ocupação considerada, em geral, mais precária porque não oferece proteção social e benefícios trabalhistas, como 13º salário, férias, multa por rescisão.

TAXA

O resultado reflete o quadro de deterioração geral do mercado de trabalho, com mais procura por emprego e aumento das demissões.

A taxa de desemprego subiu para 7,6% em agosto nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras.

É a maior taxa desde março de 2010 (7,6%). E está 2,6 pontos percentuais acima da do mesmo mês do ano passado, quando estava em 5%.

Em agosto, 415 mil pessoas perderam emprego nas metrópoles, na comparação a agosto do ano passado. Foi o prior resultado da série histórica, iniciada em 2002.

O saldo é uma massa de 1,85 milhão de pessoas desempregadas nas metrópoles pesquisadas. Esse total de desempregados é 52,1% maior do que em agosto do ano passado. Nessa base de comparação foram 636 mil pessoas a mais desempregadas.

Fonte: Folha De S. Paulo

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